sábado, 18 de fevereiro de 2017

Mais importante que ganhar, é ousar tentar!

O nosso clube surgiu há três anos, quando "tomámos de assalto"a aula de informática do 8º ano vocacional (obrigada à professora Filipa Araújo!) usando como material arduinos emprestado pela ANPRI (um obrigada à ANPRI, também!).

Desde então, com recurso a financiamento do Ministério da Educação, a doação de equipamentos por parte de entidades externas à escola, à participação em concursos, temos conseguido um espólio próprio já razoável que nos tem permitido trabalhar com um número considerável de alunos.

No ano passado, conseguimos manter com regularidade, desde janeiro, dois espaços de aprendizagem na nossa escola: O Espaço LEGO (programação de robôs EV3, dedicado a alunos do 7º ano de escolaridade) e o Espaço Programação e Eletrónica (programação de arduinos com S4A, dedicado a alunos do 10º ano de escolaridade).

Este ano, temos dois espaços diferentes, de 90 minutos cada, a que demos o nome Oficina de Programação e Projectos com Arduino (para alunos de 10º ano) e  Projetos de Electrónica e Programação (para aluno do 11º e 12º ano).

O primeiro espaço pretendia ser semelhante ao criado o ano passado para exploração de programação de arduinos com S4A...mas estas coisas raramente correm como o planeado! O grupo é este ano maior, mais heterogéneo, e alguns alunos já se juntaram ao clube com alguns objetivos definidos. O ano iniciou com aulas de programação de arduino em S4A, que foram interrompidas por vários alunos quando surgiu a oportunidade de concorrer ao desafio Astro Pi  - passando esses alunos a utilizar o espaço do clube para desenvolver trabalho em Python e usando os raspebrry pi disponíveis. Já falei deste projeto em post anterior.


Entretanto, os alunos que não se quiseram envolver no desafio Astro Pi, continuaram a explorar a programação de arduinos. Depois de concluídas as sessões que eu tinha previsto para desenvolvimento de trabalho em S4A, tomei conhecimento de um desafio organizado pelo Instituto Politécnico de Setúbal, o ONControl, para o qual esses alunos se mostraram motivados a concorrer. Achei uma boa altura para passar da linguagem gráfica para C e é neste âmbito que está a ser montado e programado o robô low cost, trabalho que pretendo documentar ao longo deste ano letivo.


Já no espaço Projetos de Electrónica e Programação, para além da prática de soldadura de circuitos impressos adquirida através da montagem de um Bot'n Roll A, e respetiva programação, apostámos na participação no concurso Can Sat Portugal 2017.


O projeto CanSat tem sido um desafio enorme e pretendo escrever um pouco sobre o caminho percorrido durante este ano. Para já, a referir que a nossa equipa, a D. João Can, foi selecionada para participar na final nacional na ilha de Santa Maria, nos Açores!

E que tem o título deste post a ver com a enumeração dos desafios fora da escola a que nos propusemos? Bem, o título é na verdade uma espécie de máxima pessoal que repito muitas vezes para mim própria quando me meto nestas andanças.

Quando propomos aos nossos alunos um desafio promovido por uma entidade exterior à escola estamos a dar-lhes horizontes, estamos a aumentar as suas expectativas, estamos a desenvolver nas equipas que concorrem competências que não conseguimos desenvolver devidamente nas aulas convencionais (como a capacidade de realizar um trabalho sem guião, de resolver problemas, gestão de trabalho em equipa, organização de um desafio complexo...), e também a consolidar temas científicos através da reflexão e cruzamento de dados.

Ainda assim, e apesar de todas vantagens, estamos, alunos e professores, a sair da nossa zona de conforto, estamos a expor a nossas fraquezas, estamos a ganhar muito trabalho extra por vezes sem muito retorno evidente...e por isso repito para mim própria a importância do "ousar tentar". Não imponho a mim própria (nem às equipas que acompanho) a necessidade de ganhar. Temos de ser humildes o suficiente para perceber o quanto temos de aprender e de reconhecer que é muito provável que haja quem saiba mais que nós - e por isso, dar o nosso melhor não implica ser o melhor. Mas dar o nosso melhor, "ousar tentar", é já imenso. Dar o nosso melhor implica querer saber, procurar soluções, pedir ajuda, apoiar a equipa - aprender para a vida, portanto. E é já tanto, que merece bem o esforço e a possibilidade de falhar.

O nosso melhor é tudo o que nos pode (e deve) ser pedido. E, nesse espírito, os desafios a que concorremos a nível regional, nacional ou até europeu são de uma enorme riqueza. Votos de bom trabalho para todas as equipas envolvidas no clube deste ano!





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